VENCENDO FEITIÇOS

Quando você coloca realmente em prática que você deve estar em primeiro plano, tudo conseqüentemente se torna segundo plano. Com coerência, o que está em primeiro plano é mais importante. O que está em primeiro plano tem mais força e o que está em segundo se torna mais fraco em relação ao primeiro. Essa é a base para ser capaz de vencer “barreiras”. Veja o poder da iniciativa de estar em primeiro plano e conhecer a si mesmo através da experiência.
Eu convivo com pessoas espíritas kardecista e espiritualistas em geral. Eu não sou kardecista, mas conheço muitas pessoas que são espiritualistas e levam tudo isso em primeiro plano. Relatos de feitiçaria ocorrem e eles dão um grau de importância muito grande aos mesmos. O pessoal, espiritualistas, sempre se queixa de problemas espirituais, estão sempre participando de oráculos para verem o que vêm ocorrendo e sempre descobrem que alguém fez um feitiço contra eles, que deve ser desmanchado.
Observei uma experiência interessante comigo. Comecei a perceber mudanças em minha vida quando resolvi me afastar mais do misticismo – não digo que o misticismo é ruim, mas a forma como as pessoas buscam o místico é errada, parece mais uma fuga do que uma experiência, do que desenvolvimento. Então, me envolvi com a psicologia, com fenômenos psíquicos e físicos e com a física quântica.
O que chamo de primeiro plano e segundo plano é muito importante. Pois classifica o que é respeitável para você, o que é real para você. A física quântica diz que somos produtores de realidade, reforçando então a importância do conceito: primeiro e segundo planos.
Antes me sentia prejudicado por feitiços também. Via tudo desandar. Então comecei a questionar as coisas de uma forma mais científica. Procurei estudar a parapsicologia, a física quântica e a psicologia. Afastei-me dos conceitos culturais. Comecei a querer me conhecer. Conhecer a natureza da minha mente. Coloquei-me em primeiro plano na minha realidade. Tornei-me primeiro plano para mim mesmo e o resto, conseqüentemente, se tornou secundário. Se Osho, Jung, Platão e outros pensadores pregavam acima de tudo a experiência, comecei a tentar fazer o mesmo e um outro resultado apareceu.
Afastei-me dos conceitos culturais porque eu deveria contentar-me com minha própria verdade. Seguindo essa ideologia, me surpreendi não só com os resultados internos, no meu ser, mas também com as mudanças nas coisas ao meu redor. O sucesso começou a florescer. Não quis comentar com ninguém sobre isso ainda.
O que achei mais interessante foi que quando você se desliga de algo, alguma coisa acontece. Quando você encara a idéia real de que você está em primeiro plano, de que a maior arma é conhecer a sua mente, por meios que lhe tragam a confiança, como as experiências e o que a ciência vem mostrando, os feitiços e outros “males” se tornam segundo plano e nada mais te faz parar. Quando você põe de lado essas coisas, elas perdem a força. Pois quem causa nossos problemas somos nós próprios, mesmo que o conceito de feitiçaria seja mandado para você.
Antes de nos aprofundarmos nesse assunto, vamos observar o seguinte... Sabemos que os feiticeiros executam “missões”, que podem ser para o bem ou para o mal. Para o bem pode ser afastar espíritos malignos, quebrar encantos, curar doenças, etc. Para o mal pode ser o “mau-olhado”, o “enfeitiçamento” ou quando proferem encantamentos profanos, entre outros. Conseqüentemente, o feiticeiro é temido e respeitado, visto que o papel por ele desempenhado reveste-se de grande significado para aqueles que depositam uma fé cega na sua eficiência.
Observando os espiritualistas e os metafísicos que conheci durante minhas experiências, percebi que eles têm um argumento, classificado por Sigmund Freud como “presciência”. Eles levantam a questão do desempenho do feiticeiro argumentando que uma pessoa, mesmo desconhecendo a existência de um feitiço preparado contra ela, pode ser atingida pelo feitiço. Portanto, afirmam que ninguém está livre de ser atingido por essas ”forças sobrenaturais“, já que situações como essa comprova a força do feiticeiro e, conseqüentemente, do feitiço.
Segundo o I.P.P.P - Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas, é preciso observar que, a nível inconsciente, pode-se captar o estado psíquico de alguém – comprovado pela psicologia e parapsicologia – e esses feiticeiros utilizam-se disso, apesar da maioria não ter noção. Sendo assim, a mentalização dirigida de forma direta, egoísta ou maléfica resulta num ataque psíquico de grande eficiência quando captada, a nível inconsciente, por um indivíduo supersticioso. O desempenho da sugestão telepática sobre a pessoa depende da sensibilidade da mesma e do seu grau de crença em superstições.
Um Indivíduo supersticioso e com baixa sensibilidade poderá reagir a uma sugestão telepática negativa com uma indisposição orgânica. Um outro, com mais sensibilidade, poderá intensificar seu quadro clínico com sintomas e sinais mais graves, principalmente se ele for um adoentado, sendo predisposto a enfermidades verdadeiras. No caso de um Indivíduo com tendência suicida, a "ação do feiticeiro" poderá complicar a sua situação psicológica, trazendo, dessa forma, resistência a um tratamento psicoterápico e medicamentoso.
Pode-se concluir que o principal responsável pelo seu infortúnio com a feitiçaria não é o feiticeiro, é você! Perceba que o feiticeiro usa a sua fraqueza para lhe atingir. Ele não cria nada em você. Ele intensifica as fraquezas com sugestões mentais, influencia o inconsciente, atingindo seu consciente, e lhe prejudicando. O seu inconsciente está aberto a várias sugestões, ele é fácil de ser manipulado. Você nem percebe que ele sofreu uma alteração. As alterações só são percebidas quando começam a interferir no seu consciente.
Deve-se ter bem claro o seguinte: a enfermidade só ocorrerá se a mensagem telepática for acolhida pelo psiquismo inconsciente da pessoa a ser afetada; sendo acolhida, haverá uma telessomatização, que consiste na conversão de um comunicado telepático em modificação fisiológica no organismo do afetado. A Informação psigâmica, ao alcançar o inconsciente do receptor, pode transferir-se para o nível consciente.
Existe a idéia de que se você não acredita em feitiço, o mesmo não “pega”. Se formos olhar mais a fundo os relatos, experiências e fatos, essa afirmação é falsa. Mas como acreditar que tudo não passa de sugestão mental? Como comprovar isso? A ciência provou! Esse assunto envolve os seguintes ramos da ciência: psicologia, parapsicologia e física quântica.
É interessante também, saber o que está na parapsicologia. Já ouviram falar do fenômeno poltergeist, não é? Esse fenômeno envolve ocorrências físicas tais como chuvas de pedras; movimentação, quebra, aparecimento e desaparecimentos de objetos; aparecimento de água, sons e luzes sem nenhuma explicação normal para esses eventos. Fenômenos que também surgiram na vida do grande psicólogo e psiquiatra Jung e que você pode conferir na obra intitulada “Carl Gustav Jung e os fenômenos psíquicos", da editora Madras.
Dr. Scott Rogo é um renomado estudioso da parapsicologia com vários livros publicados sobre o assunto. Em "A inteligência no poltergeist", da editora Ibrasa, ele reavalia toda a ciência e a filosofia que aprendeu sobre os poltergeists e demonstra que, longe de serem espíritos malévolos dos mortos, parecem mais o resultado de conflitos psicológicos profundos, ódios reprimidos, frustrações ocultas, projeções psicológicas do subconsciente. Ele enfatiza como a psicologia moderna forneceu aos pesquisadores os instrumentos para investigar e estudar as pessoas e as situações por trás dos distúrbios.
Nesses breves relatos científicos, nos quais você pode se aprofundar, foram constatadas as projeções energéticas da consciência controladas e não controladas. O que importa saber é que as projeções energéticas da consciência são reais e que são nelas que as feitiçarias se fundamentam. Muitos estudos na psicologia e parapsicologia comprovam que o feitiço nada mais é que sugestão mental ou telepatia. E saiba que, mesmo que a ciência não tivesse provado esses fenômenos e tudo fosse fruto psicológico, ainda dependeria do conhecimento sobre você mesmo, de suas experiências. Não tem para onde correr!
Você acreditar ou não em feitiço não lhe protege dele. Mesmo que você não o perceba em seu ambiente, pelos alagamentos serem sutis, ele pode estar presente. Afinal, é mais interessante que seja assim, para que as pessoas não se apoderem de proteção contra a energia mental e o objetivo do feiticeiro seja alcançado.
Então, o que te salvaria dos “malditos” feitiços? Não basta só acreditar, ter fé, para estar protegido. É preciso ter confiança. É aí que entra a experiência, pois a confiança deve ser conquistada, e esta conquista só ocorre através das experiências e reflexões de seus próprios esforços.
A chave da vida é a confiança e só se confia com experiência. Na experiência você conhece realmente a si mesmo e como as coisas se relacionam com você. A verdadeira proteção é conhecer a si mesmo, buscar os entendimentos da vida e da sua mente, conhecer como é a natureza da mente e, dessa forma, conhecendo você mesmo, você estará protegido.
Muitos espiritualistas falam que pessoas iluminadas como Buda, Jesus e outros não pegam feitiços por terem vibrações boas e altas. Mas, sendo científicos e específicos, podemos concluir da seguinte forma: feitiçaria é projeção energética mental, são sugestões mentais, e para que essas sugestões possam interferir na “vítima” é preciso que ela tenha uma sensibilidade alta, que não seja um ser realmente consciente, seja influenciável por não conhecer a verdade, sendo, dessa forma, inclinada à sugestões que parecem verdadeiras.
Aí está o problema da crença, do que é emprestado dos outros. Se você se baseia só no que for lhe passado por ser algo convincente e se essas sugestões mentais que vêm da feitiçaria forem convincentes também, você irá acatá-las e manifestá-las em você, por acreditar nelas. Esse é o problema da crença!
Um ser como Buda, por exemplo, é um ser que tem confiança! Por ter vivido, experienciado por ele mesmo e não por idéias emprestadas de outros, ele pode receber sugestões mentais que não irão convencê-lo de nada. Ele não será alienado por ser um homem da experiência e não da crença. Essa é a questão! A solução de seus problemas está em você mesmo, não está longe. Experiencie tudo que for preciso para se tornar inabalável. Conheça a ti, e será o bastante!
Lembre-se: o que eu disse até agora foi confirmado com a minha própria experiência. Eu primeiro obtive informações da ciência e filosofia e as coloquei em prática para conhecer a verdade. E, se com você não for assim, através da experiência, você estará jogando todo conhecimento adquirido aqui fora! Você só será um acumulador de informações e ser um acumulador de informações não lhe livrará de nada.
Como pôde conferir, a experiência está acima de tudo! Tanto no campo da filosofia, como no da ciência e até mesmo no mundo místico, que as pessoas tanto se apegam culturalmente, a experiência impera. Ela está acima porque tudo depende de você, você é a causa de seu próprio problema, seja de que natureza for.
Marcelo Vinicius
Publicado no Recanto das Letras em 05/12/2007
Código do texto: T766020