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CONHEÇA INTELECTUALMENTE O QUE LHE PARECER INTERESSANTE, MAS NÃO DEIXE QUE INVADA A SUA ALMA E A SUA CAPACIDADE DE REFLEXÃO E ESCOLHA.

BOA SORTE EM SUA JORNADA, COM CERTEZA O DEUS QUE O CRIOU O AMA E DESEJA O MELHOR PARA VOCÊ, DESCUBRA-O E SINTA A SUA FORÇA INTERIOR, ACIONE A SUA FÉ, MAS NÃO SE ILUDA COM AQUELES QUE QUEREM A SUA MENTE A SUA ALMA E O SEU BOLSO!

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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O Psíquico, o médium e o cético

A psi viola o conhecimento científico?
A comunidade cética tem por muito tempo sustentado a falsa idéia de que fenômenos parapsicológicos violam alguns dos princípios físicos mais dignificados pelo conhecimento vigente, a exemplo da teoria da relatividade e a primeira lei da termodinâmica. Com isso, céticos tentam desqualificar a evidência de psi, reduzindo-a a mais espúria das superstições. Embora o argumento deles, no início, tivesse algum fundamento, após a estabilização da “nova física” (já há muitas décadas atrás) ele não alcançou nada mais que um discurso estratégico para abafar qualquer possibilidade real que alimentasse movimentos místicos.

A despeito disso, fosse alguma teoria contrariada pela observação de novos fenômenos, o empirismo é o que deveria prevalecer, levando-nos a reformar nossos pressupostos intelectuais de como a Realidade é fabricada. Por outro lado, é claro que existem graus de confiabilidade de um experimento. Um punhado de experiências positivas sobre algo fora das convenções científicas não tem o poder de devastar uma produção teórica de boa longevidade. Contudo, penso que a evidência acumulada de psi, ao longo de mais de um século, é forte o suficiente para destronar os fundamentos metafísicos mais basilares da ciência moderna (e científicos, se precisasse). Todavia, muito para paz de nosso intelecto, a existência de manifestações paracognitivas e psicocinéticas, a nível teórico, não traz maiores mudanças (nem tampouco alguma revolução) das que já foram introduzidas pela física quântica. A seguir, vejamos então algumas das supostas contradições entre psi e o conhecimento científico convencional.

1ª) A percepção extra-sensorial (PES) parece ser independente do espaço-tempo e nem enfraquece com a distância.

Esse argumento resvala-se na equívoca premissa de que fenômenos parapsicológicos deveriam, necessariamente, ser uma “força física”, tal como o eletromagnetismo. É verdade que uma das primeiras teorizações sobre psi foi a da transferência de sinais, que postulava ser ela uma radiação emanada do cérebro/mente de “A” até o cérebro/mente de “B” (no caso de telepatia). Por outro lado, explicar a clarividência, nesses termos, exigir-se-ia demasiado esforço, afinal, um clarividente deveria irradiar psi em direção ao “ambiente-alvo”, onde ela se carregaria de informações locais, retornando ao psíquico; ou então que todos os objetos físicos emanassem irradiações descritivas sobre suas características materiais, o que possibilitaria um clarividente percebê-los remotamente. Uau!!

O problema com a hipótese dos sinais é que experiências psíquicas usando condições de intenso isolamento eletromagnético não demonstraram rápidos declínios da acurácia telepática. E mais. Fosse PES uma força eletromagnética, esperar-se-ia que ela enfraquecesse inversamente ao quadrado da distância, mas, nem de longe, é isso que observamos. Ainda se supuséssemos que telepatia fosse transmitida por freqüência eletromagnética extremamente baixa, não se explicaria casos de precognição, ou seja, a independência entre psi e o tempo.

Além disso, fosse psi uma emanação, isso não resolveria o problema da decodificação do sinal: como, diabos (!), alguns sujeitos aprenderam (ou inatamente saberiam) a “traduzir” uma irradiação física! Observe-se que nos melhores casos telepáticos o que se verifica vai muito à frente da percepção de uma letra ou sinal, na verdade eles chegam a provar êxitos dramáticos (como a captação de sensações – sons, visões, cheiros e tato - e sentimentos, contextos, histórias completas, etc., mesmo a dezenas ou centenas de quilômetros). Exemplos clássicos da independência entre psi e o espaço podem ser vistos nas séries Pearce-Pratt, Turner-Ownbey e nos testes de Whately Carington, R. X. George, Karlo Marchesi, conduzidas com grandes grupos de sujeitos (Rhine, J. B., 1966). Nesses casos, irregularmente, havia maiores proporções de êxitos nas experiências de mais longa distância; noutras, dava-se o oposto. Uma explicação para isso é a de que fatores psicológicos são os responsáveis pela flutuação do sucesso, já que a correlação entre psi e distância não se revelou significativa.

Por outro lado, num experimento de Radin e outros sobre cura intencional de culturas celulares, por qual também fora analisado se a intenção de cura poderia afetar o próprio ambiente onde as culturas se localizavam, verificou-se que geradores de números aleatórios (RNGs), dispostos sem o conhecimento dos curadores, foram igualmente afetados pela intenção de cura destes. Os RNGs comportaram-se de maneira significativamente “menos aleatória” nos momentos em que os curadores mentalizavam curar em comparação aos períodos de tempo que nada faziam. Constatou-se ainda que os desvios estatísticos demonstrados pelos geradores se reduziam na mesma proporção em que se aumentava a distância deles em relação ao laboratório da pesquisa. Essa mesma aparente relação entre PES e o espaço foi igualmente identificada no estudo da filósofa Fiona Steinkamp sobre os testes de adivinhação de cartas de Rhine. Todavia, ainda assim, Radin acolhe a possibilidade de uma explicação psicológica, admitindo que o conhecimento do participante de que seus alvos estavam distantes poderia responder pelo declínio (p. 186-192).

Com o fracasso da teoria dos sinais, outro suporte teórico passara a ser pleiteado, o que se encontrou na relação (ou, no mínimo, na aplicação analógica) de alguns preceitos da mecânica quântica. Como o laureado Brian Josephson audaciosamente declarou no Royal Mail Stamps (edição datada de 2 de outubro de 2001 – comemorativa do centenário do Prêmio Nobel):

(...) a teoria quântica está sendo agora frutiferamente combinada com as teorias da informação e da computação. Esses desenvolvimentos podem permitir a explicação de processos ainda não compreendidos dentro da ciência convencional, tais como a telepatia, uma área em que a Grã-Bretanha está na vanguarda de pesquisa.

Em primeiro lugar, a física contemporânea, superando a de Newton, não mais proíbe que informações transcendam os limites do tempo ou do espaço, graças a um princípio bem demonstrado aritmética e empiricamente: o da não-localidade, por qual se observa que a modificação de um corpo “A” pode influenciar, à distância, o de “B”, sem que nesse processo haja qualquer força intermediando contatos, o que Einstein chamou (e rejeitou) de ação fantasma à distância. Hoje, isso se robusteceu como um fato, independente da teoria quântica.

Quanto ao tempo, observou o físico Euan Squires:

nós deveríamos notar que as leis fundamentais da física são completamente neutras em relação à direção do tempo, i.e, elas ficam inalteradas se mudarmos a direção da variável tempo (apud Carter, p. 131).

Outra similaridade decorrente entre psi e a não-localidade quântica é o que se chama de fase entrelaçada. Ao contrário de forças ordinárias, que afetam todas as partículas de certo tipo que estão imediatamente na vizinhança (ex., eletromagnetismo influencia todas as partículas carregadas na proximidade), a conexão quântica afeta apenas aqueles sistemas que interagiram entre si desde a última medição. Da mesma forma, nos casos anedóticos e laboratoriais sobre telepatia, as imagens-alvo não são enviadas para qualquer um, mas direcionadas a indivíduos específicos (Carter, p. 105).

No final de contas, toda essa discussão irá desaguar em outro debate, ainda mais profundo, qual seja: o cérebro poderia operar de acordo com princípios da mecânica quântica? Contudo, isso é assunto para outro capítulo. Por hora, posso dizer que existem boas teorias a respeito (como as de Henry Stapp/Von Neumann e Evan Harris Walker), além de a evidência sobre manifestações psi fornecer vigoroso suporte a um “cérebro quântico”. E não é só. Valendo-se do próprio pressuposto reducionista da ciência moderna, por qual se entende que as ciências mais complexas devem se escorar nas de nível mais básico, uma vez que as estruturas e propriedades físicas são estratificadas em diversos graus de complexidade (porque uma célula é muito mais complexa que um átomo, e assim por diante!), da mesma forma que a biologia deve se respaldar na química, todas as estruturas e propriedades explicáveis pelos diferentes ramos das ciências naturais (incluindo cérebros) deveriam, por sua vez, seguir as vigentes leis do universo subatômico, ganhando uma descrição a nível quântico.

2ª) Precognição rompe o pressuposto moderno de causalidade

A relação causa-efeito ordinária repousa na premissa de que causas sempre precedem temporalmente conseqüências, como se o tempo fosse somente linear e unidirecional, e que o “agora” seria, por inteiro, explicado por causas pretéritas. Desse modo, precognição, se existir, destruiria essa concepção moderna sobre a causalidade, pois um evento futuro modificaria outro presente. Melhor explicando: porque precognição implica, obrigatoriamente, na possibilidade de retrocausalidade, acontecimentos futuros afetariam a percepção presente de um psíquico, invertendo-se a seta do tempo, ao produzir-se um efeito antes de sua causa.

Mas, ao contrário de nossa crença sobre a temporariedade unidirecional, a exclusão de fenômenos que envolvem tempo reverso sobre a ordem de causa e efeito “apresenta um elemento de assimetria dentro da teoria física, que alguns físicos sentiram que fora indevido ou que reclamaria futuras explicações (...). Assim, se esses fenômenos de fato ocorrem, nenhuma mudança nas equações fundamentais da física seria necessária para descrevê-los”, concluiu o físico Gerald Feinberg (1975, p. 54-5).

No mesmo sentido, Squires, já citado anteriormente, continuou a assinalar que:

Conceitos como ‘passado’ e ‘presente’, separados pelo ‘agora’, não têm um lugar natural nas leis da física. Presumivelmente é por isso que Einstein escreveu a um amigo [dizendo] que a distinção entre passado e presente era apenas uma ilusão teimosamente persistente.

3ª) A Psicocinese e o dualismo violam a primeira Lei da termodinâmica

Essa censura, além de se dirigir ao dualismo, destina-se a todas as variantes de psi, especialmente a psicocinese (a faculdade de conteúdos mentais afetarem remotamente a matéria, numa espécie de manifestação extrassomática). Porque o dualismo pressupõe necessariamente a existência de psicocinese, a crítica converge num ponto comum, qual seja, como uma entidade mental pode causar uma mudança física num estado da matéria? (Kurtz, p. 19).

Tal objeção dos céticos bifurca-se nos seguintes questionamentos:

a- o problema do interacionismo dualista: de que forma duas substâncias radicalmente diferentes em tipos, como mente e matéria, poderiam interagir? Como uma substância puramente mental poderia afetar (e igualmente ser influenciada) pela matéria?

A essa primeira indagação, respondeu, retoricamente, o falecido psicólogo John Beloff (1998, 324-6):

Por qual lei da lógica ou da ciência nós inferimos que, se duas coisas não têm nada em comum, elas não podem interagir? Quando Einstein propôs que a presença da matéria escura poderia distorcer o espaço-tempo continuum, ninguém, até onde eu saiba, objetou que a matéria, o espaço e o tempo são conceitos distintos que não têm nada em comum.

b- o entrave da 1ª Lei da termodinâmica: sendo a mente uma substância não-física, logo, incapaz de conduzir energia, como ela poderia influenciar a matéria?

Em primeiro lugar, como já pontuara o filósofo C.D. Broad (Apud, Carter, p. 132-3), de um ponto de vista lógico, se toda causação entre substâncias físicas envolve transferência de energia, disso absolutamente não decorre que o mesmo aconteça na causação entre mente e matéria. Então, para deixar bem claro, a conclusão de que psi e o dualismo transgridem a primeira lei da termodinâmica vale-se de uma premissa não justificada. Em segundo lugar, o fenômeno da não-localidade já há muito demonstrara a possibilidade de interação (entre micropartículas) que prescinde de qualquer transferência energética. Diga-se mais: ainda que a interação mente-cérebro não seja explicável pelas leis da mecânica quântica, na pior das hipóteses, nós temos um exemplo concreto da viabilidade de interação não-mediada por alguma forma de energia.

Os físicos Rosenblum e Kuttner (1999, p. 248) colocam a questão na seguinte perspectiva:

Em razão desta inabilidade da mente fornecer energia para influenciar os neurônios do cérebro, alega-se que a física demonstra uma falha inescapável do dualismo. Porém, nenhuma energia precisa estar envolvida em determinar para qual situação particular uma função de onda colapsa. Assim, a determinação de qual das experiências conscientes fisicamente possíveis torna-se a experiência real é um processo que não necessita envolver a transferência de energia. A mecânica quântica permite, desse modo, uma fuga da suposta falha do dualismo. É um erro pensar que o dualismo pode ser rejeitado com base na física.

4º) críticas desesperadas – os princípios de negação

Aqui estão diversas enunciações de cunho dogmático. Por exemplo, mentes não podem existir independentes de cérebros (o que é violado pela hipótese da sobrevivência); pessoas não podem conhecer, sem o uso dos cinco sentidos, o que se passa na mente de outros indivíduos (infringido pela telepatia); ninguém pode saber o que acontece em outro lugar sem o uso da transferência de informações por nossos sentidos normais (desobedecido por clarividência); o esforço mental não é capaz de influenciar a matéria à distância (transgredido pela psicocinese).

Essas conclusões, muito longe de estarem embasadas na lógica ou no empirismo, são explicadas, como já se fora visto, pela forte influência sócio-cultural do paradigma mecanicista erigido na modernidade. Elas ainda permanecem fortemente arraigadas à consciência popular, apesar de não possuírem sequer premissa que valha à pena mencionar. São verdadeiras negações por absurdo! Porque é absurdo pensar que “A” pode ter acesso a mente de “B” sem o uso dos sentidos ordinários; porque é absurdo elucubrar que “C” pode mover um objeto sem contato mediado; porque é absurdo se imaginar que meu sentido de “Eu”, minhas memórias, cognição, emoções e outros conteúdos mentais podem persistir após a deterioração de meu corpo, etc. Nessa inferência (dogmaticamente construída) de “absurdidades” relegam as manifestações psi ao Reino das Impossibilidades ou quando, na melhor das hipóteses, exigem provas “absurdamente extraordinárias”! Para sorte ou azar, a Parapsicologia hoje pode se parabenizar por realmente ter conseguido alcançar um nível de evidência extraordinário, como se verá mais a frente.

Referências
Beloff, John. Journal of Scientific Exploration, Vol. 12, Nº. 2, pp. 179-229 ,1998.
Carter, Chris (2007). Parapsychology and the Skeptics: a scientific argument for the existence of ESP. Ed. Paja books.
Feinberg, Gerald in L. Oteri (1975). Quantum physics an parapsychology. Ed. Parapsychology Fundation.
Josephson, Brian. Royal Mail Stamps. 2 de out. de 2001.
Kurtz, Paul in Frazier, Kendrick (1981). Paranormal borderlands of science. Ed. Prometheus Books.
Radin, Dean (2008). Mentes Interligadas. Ed. Aleph.
http://sites.google.com/site/parapsique/psiefisica-2

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